Por Reinaldo Azevedo
Já escrevi aqui sobre o acerto do sujeito que formulou pela primeira vez a expressão “vergonha alheia”. Ela serve não apenas para designar o constrangimento vicário, aquele que a gente sente em lugar do outro, mas também para designar o nosso desconforto diante do patético, ainda que o protagonista do ato vexatório não se dê conta...
Pois bem… Vimos o que acontece com as correções das redações do Enem. O MEC, para nossa estupefação, encontrou supostas explicações teóricas tanto para a redação do miojo como para a do Palmeiras. Mas tomou uma decisão: inserções dessa natureza, doravante, levarão à desclassificação da prova. Ulalá! Convém os estudantes nunca mais recorrerem nem mesmo a uma citação. Dada a forma como se seleciona a mão de obra…
Agora, o ministro vem a público para anunciar que redações que obtiverem pontuação máxima vão passar por um “pente-fino”, como se o mal estivesse aí. Não está! O que não se pode é conferir mil pontos — 100% de proficiência — a quem escreve “enchergar”, “trousse” e “rasoavel”. saiba tudo